EDUCAÇÃO LINGÜÍSTICA E INTERDISCIPLINARIDADE: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA PARA A FORMAÇÃO DO POLIGLOTA EM SUA PRÓPRIA LÍNGUA.
Dieli V. Palma (IPPUC-SP), Jeni S.Turazza (IPPUC-SP) e Neusa Bastos (IPPUC-SP)

A interdisciplinaridade como fundação e fundamento da Educação Lingüística, no espaço de formação  do pesquisador-professor ou do professor-pesquisador  que se propõe a recontextualizar, ou reinterpretar suas práticas discursivas, nesses campos de sua atuação, reveste-se de alto grau de complexidade. Essa complexidade se intensifica, principalmente, quando se deixa de considerar  as variadas e diferentes perspectivas por meio das quais é possível reconstruir “velhos” conhecimentos de mundo que servem de ancoragem para o exercício de práticas que não mais se adequam às diferentes situações do contexto sócio-histórico-cultural da sociedade moderna contemporânea. Contudo, se as revisões contínuas do quadro teórico-metodológico dos estudos científicos da linguagem facultaram romper com o princípio da disciplinaridade  e estender o olhar dos pesquisadores para além de estudos que focalizam a palavra isolada, ou inserida na moldura da frase, para situá-lo no texto como produto e como processo de  diferentes e variadas práticas discursivas humanas, também é possível construir esse mesmo olhar para reconstruir o objeto de ensino e de aprendizagem da língua materna. Nessa acepção, propõe-se a debater a concepção de interdisciplinaridade como princípio fundador de práticas de docência capazes de promover rupturas com “velhos” procedimentos didáticos, de sorte a facultar a formação do poliglota na sua própria língua.