OS USOS DO MODO IMPERATIVO EM PORTUGUÊS
Waldivia Maria de Jesus (PG DO – PUC-SP)



Se considerarmos o fato de que a língua mantém vínculos estreitos com a cultura de uma nação, e se considerarmos que os traços culturais dos brasileiros se pautam pela amabilidade e pela cortesia, seria possível prever a conservação desses traços nas relações onde há assimetria de poder? Objetivos: a) investigar os usos do modo imperativo nas relações onde há assimetria de poder; b) Verificar as evidências de gramaticalização de verbos no modo imperativo nessas relações. Metodologia: entrevista a três profissionais da área da educação: um diretor, uma vice - diretora e uma coordenadora pedagógica, com a finalidade de verificar os modos de ordenar que utilizam na relação com seus subordinados. Bases teóricas: o Interacionismo Simbólico de Goffman (2007), para quem a ação do ator influencia a definição da situação que ele vai apresentar; e, conforme as circunstâncias de comunicação, ele se expressa de uma determinada maneira para causar aos outros, a impressão que os conduza a uma resposta específica de seu interesse. O Funcionalismo de Halliday (1985), que trata das funções da linguagem, numa perspectiva sociocultural. Nessa perspectiva, Silveira, (2002), discorre acerca dos traços culturais do brasileiro, no tocante ao seu relacionamento pessoal de amizade e criatividade para sobreviver nas adversidades e o modo como esses traços refletem na linguagem. Os resultados obtidos nessa pesquisa mostraram, por meio de estudos feitos, que os usos do modo imperativo podem variar conforme a cultura de um povo e, a partir dessa investigação, foi possível verificar que a variação acontece de acordo com as características dos participantes da interação e do status social daquele que é responsável pela condução do processo de interação.