IDENTIDADE E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA COM BASE NA SOCIOGEOLINGUÍSTICA
Rita de Cássia da Silva Soares (USP)


Sabe-se que ao transmitir uma mensagem, é possível ao interlocutor depreender o estilo pessoal de quem fala, imaginar a que grupo pertence. Tudo o que se produz em linguagem só faz sentido porque é produzido em sociedade, pela interação entre os sujeitos, é sua relação com o que lhe exterior que permite ao homem reconhecer, identificar e utilizá-la em contextos diversos. As variações realizam-se conforme o espaço geográfico, as quais denominam-se diatópicas; existem aquelas que se realizam conforme a história, que são as variações diacrônicas; as chamadas variações diastráticas ocorrem de acordo com o nível socioeconômico do falante e as variações diafásicas referem-se à situação de fala ou registro do locutor. Dentre todas essas manifestações na língua, as variações diatópicas têm sido objeto de estudos científicos na área da Dialetologia e da Geolinguística, sobretudo na elaboração de atlas linguísticos, sobressaindo-se esta área para a realização deste trabalho. As variações linguísticas expressam a situação real de uso da linguagem do sujeito num espaço determinado, e também denotam as características sócio-histórico-culturais de uma comunidade linguística. Este trabalho pretende apresentar informações referentes a municípios da região metropolitana de São Paulo e a partir destas informações mostrar a importância da pesquisa Geolinguística para o mapeamento do linguajar da região, registrando-se assim as características identitárias dos sujeitos. Os conceitos de Coseriu (1979), Santos (2005), Cardoso (2005) e Aguilera (2005), fundamentam este trabalho. Pretende-se ressaltar também a importância da elaboração de atlas regionais e mostrar como o conjunto destes atlas podem contribuir para um retrato linguístico do país.