IDENTIDADE IDEAL EM PROPAGANDA POLITICA
Regiane Bellay (PG - UEM)



Para Nora (1995), a história trata do passado e surge quando a época abordada não mais vive. Conforme Gregolin (2000), a memória mítica, a memória social e a memória constituída pelo historiador compõem três formas de olhar o passado. Quando Orlandi (2001) trata do discurso, o sujeito não é separado dos sentidos, da identidade. Com base nessas teorias da Análise do discurso e em propaganda política, a problematizada identidade ideal de político é investigada. Objetiva-se descrever caminhos percorridos pelo discurso político para sustentar o discurso da honestidade. Com isso, constatou-se que, na Venezuela, um candidato, para sustentar o discurso da honestidade, utilizou uma foto sua sem roupas, tampando os órgãos genitais com suas mãos. Por remeter ao discurso da convivência social, o político apresenta-se com as mãos tampando seus órgãos genitais, pois não mostra o que por convenção não se mostraria em um outdoor. Com base nesse discurso do uso de roupas, o político tira suas roupas para mostrar que não tem nada a esconder ou para se envergonhar e que o povo do local que pretende administrar está? pelado? ou sem a administração adequada, o que remete ao discurso do pobre que não tem condições de adquirir bens e ao discurso da trapaça, de que se escondem objetos em roupas para roubar, remetendo ao político atual do local. Quando o discurso da propaganda política afirma a honestidade, dialoga com a memória social, histórica e mítica da corrupção, porque retoma o que não constitui uma identidade ideal para a política.