MARCAS IDENTITÁRIAS DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA: O QUE REVELAM OS MEMORIAIS DE ALUNOS DE LETRAS
José Wanderley Alves de Sousa Universidade Federal de Campina Grande (UAL – CFP), Universidade Federal da Paraíba (PPGL)

É consensual a observação de que a formação dada aos docentes pelos cursos de Letras não constitui atributo suficiente para a geração do perfil do professor de línguas requerido no contexto das mudanças que vêm ocorrendo na Educação e na sociedade. Nesse sentido, entende-se que a Prática de Ensino em Língua Portuguesa deve propiciar ao aluno uma postura crítica e ativa sobre o objeto de ensino da disciplina, quer seja este a língua, a leitura, a produção de textos, o diálogo com as respectivas literaturas, etc., enfatizando a construção de conhecimentos relevantes para a compreensão da realidade do educando e solução de situações-problema. Nessa direção, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a formação da identidade do professor de língua portuguesa. Adotamos como corpus de investigação, o conjunto de memoriais apresentados por nossos alunos do Curso de Letras do CFP-UFCG, desenvolvidos para a disciplina Prática de Ensino em Língua Portuguesa, no período 2009.2, analisados à luz da Análise de Discurso de Orientação Francesa. Buscamos, especificamente, elucidar o que os discursos desses alunos revelam como marcas da identidade docente e que passos têm sido percorridos para a construção dessa identidade. Entendemos que os memoriais permitem o questionamento, a reflexão e ressignificação de experiências e saberes de professores em formação.