DISCURSOS DE POSSE DOS PRESIDENTES DO STF: UM UNIVERSO ONDE A PALAVRA ASSUME O PODER, CONSTRÓI SUJEITOS E REVELA IDENTIDADES
Claudia Maria Gil Silva (PG DO - UERJ – UNIFOA)


Cada ato de linguagem relaciona-se à ação que resulta das relações de poder que os sujeitos mantém entre si, as quais constroem, simultaneamente, um vínculo social. Visando ao estudo do comportamento da palavra nos discursos de posse dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, tendo em foco o enunciador e o lugar que ocupa – no mundo em que constrói seu discurso – quando toma a palavra que lhe é de direito, pretendemos verificar as relações de poder estabelecidas e a ação que é capaz de realizar: “todo ato de tomar a palavra implica a construção de uma imagem de si” (Amossy 2005, p. 9). Postularemos ainda que tomar a palavra implica em perceber a inserção do outro no momento em que se dá o seu costuramento discursivo, presentificando, dessa forma, o princípio da alteridade. O enfoque e o estudo, portanto, da palavra política, ou seja, inscrita em uma prática social, em certo espaço público e de seu poder imanente é premissa fundamental para identificar o ethos dos enunciadores discursivos que aí se inscrevem.

Nossas reflexões estarão ancoradas em: Aristóteles, Arte retórica; Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca, Tratado da argumentação: a nova retórica; Dominique Maingueneau, Análises de textos de comunicação e A propósito do ethos; Ducrot, O dizer e o dito; Bakhtin, Estética da criação verbal, entre outros.