INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL – UMA PERSPECTIVA DIALÓGICA PARA O LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS.
Ângela Cristina Rodrigues de Castro (UERJ)



Roland Barthes (1974) afirma que “(...) todo o texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em diversos níveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis." Logo, há que se perguntar: é possível, no trabalho com o estudo do texto, desvincular-se do reconhecimento dos intertextos e dos interdiscursos? Embora as noções de dialogismo e polifonia há muito estejam presentes nos cursos universitários de Letras, percebe-se a desvinculação, na escola, principalmente no Ensino Fundamental, no trabalho com textos, de aspectos como a intertextualidade e a interdiscursividade, aspectos reservados apenas para o trabalho com textos literários no Ensino Médio. Muito se perde na formação de leitores e produtores de textos mais criativos, informados e preparados para utilizar a intertextualidade e a interdiscursividade como recursos argumentativos. O estudo em andamento analisa atividades textuais do material didático de EF (6º ao 9º anos) utilizado na instituição escolar em que trabalho, buscando compreender a concepção de linguagem que informa tal material e os elementos considerados na construção da textualidade, em especial a intertextualidade e a interdiscursividade. Serão analisadas as instruções metodológicas no manual do professor e o depoimento dos professores sobre o trabalho com tais aspectos. A base metodológica é a da pesquisa empírico-descritiva de cunho qualitativo, caracterizando-se, principalmente, pela análise dos dados segundo processo indutivo, sem preocupação em buscar evidências que comprovem hipóteses inicialmente definidas. Para o desenvolvimento da descrição proposta, busco suporte nas linhas teóricas de estudo da linguagem e do texto - a AD e a LT -, assim como na Semiótica.