MARCAS DA LIBERDADE: ASPECTOS IDENTITÁRIOS DA LITERATURA ANGOLANA A PARTIR DO CONTEXTO DAS LUTAS LIBERTÁRIAS
Andréia T. Couto (UNIP)



O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas considerações acerca da literatura angolana a partir de algumas marcas que delinearam sua identidade. Este trabalho é fruto de uma pesquisa, ainda em andamento, que teve seu início em 2007 com a monografia “Literatura angolana: a poesia que antecede a independência através de Agostinho Neto e Fernando Costa Andrade”. Naquele momento, partimos de uma análise da literatura de Angola formada no contexto das guerras de libertação e como essa esfera de luta e violência teve grande influência na produção literária desse país. O ponto de partida foi a análise da poesia de Agostinho Neto, passando por Fernando Costa Andrade, Viriato da Cruz e Antônio Jacinto e a prosa de Luandino Vieira. Nesse segundo momento lançarmos um olhar para a produção contemporânea de Ondjacki e Agualusa, ambos fortemente influenciados pelo contexto político libertário dos anos que permearam a desvinculação colonial. A análise das obras é feita contextualizando-se a história de Angola a partir do período de formação dos movimentos para libertação colonial do país, à luz da discussão teórica levantada por Hall (2006) sobre identidade cultural, Gellner (1983) e Guiddens (1990), estes últimos acerca do nacionalismo e das consequências da modernidade. Nesse sentido, o trabalho procura inserir a história recente de Luanda, desde as últimas cinco décadas, como parte de um processo histórico mais amplo, a saber, dos movimentos libertários dos países vizinhos que acabaram envolvendo Angola em uma realidade de luta e violência que tem marcado sua população e, consequentemente, sua produção literária, mesmo a contemporânea.