A VARIÇÃO LEXICAL NA REGIÃO DO GRANDE ABC PAULISTA E A VARIÁVEL IDADE
Adriana Cristina Cristianini (UNIBAN/GPDG-USP)



Baseando-se no Atlas Semântico-lexical da Região do Grande ABC, para o qual foram entrevistados tinta e seis sujeitos de duas faixas etárias (de 18 a 30 e de 50 a 65 anos de idade), este trabalho objetiva verificar os itens lexicais em que se pode observar mudança em curso por meio de evidência de variação diageracional. A Sociogeolinguística ocupa-se de desenvolver estudos vinculados à variação lingüística de caráter diatópico. Por tratar-se de um trabalho em que se aplica um questionário a um conjunto de sujeitos com características específicas em uma rede de pontos e em que os resultados recebem tratamento quantitativo e qualitativo para criação de um banco de dados que, depois, possibilitará a apresentação dos resultados em quadros, tabelas e cartogramas, tem-se a idéia dos estudos sociogeolinguísticos tratarem exclusivamente de estudos sincrônicos, visto que as entrevistas são realizadas em um tempo específico e são analisados os fenômenos lingüísticos constatados na época da coleta de dados. Entretanto, apesar de se realizar uma pesquisa com uma perspectiva sincrônica, um olhar diacrônico no recorte espacial estudado é possível e pertinente. Considerando sujeitos de diferentes faixas etárias, percebe-se que há itens lexicais que aparecem predominantemente entre sujeitos da primeira faixa etária e outros, entre sujeitos da segunda faixa etária. Pode-se inferir, portanto, que há uma mudança em curso do item onomático relacionado à designação em questão. Diante dessas análises, a Sociogeolinguística dispõe-se, além de desenvolver estudos da variação diatópica, a contribuir para o estudo da história da Língua Portuguesa no Brasil.